Portal da Arte
Itapolitana apresenta
"Ari Rinaldi"
As carrancas são manifestações
genuínas de arte brasileira. Nascidas ao longo do rio São
Francisco, as peças serviam primeiramente para ornar a
proa das embarcações que corriam ao longo do rio.
Com o tempo essa arte foi se popularizando. Os carranqueiros,
artistas que produzem as carrancas, podem ser encontrados por
todo o Brasil. E em Itápolis também. Ari Rinaldi,
43 anos, faz carrancas há 24 anos.
Em 1982 um caminhão
deixou cair em frente à sua casa um tronco. Ari recolheu
o tronco caído e, interessando-se por ele, resolveu trabalha-lo.
Sem nenhuma experiência fez um formão com uma lima,
e com a ajuda de um martelo entalhou um tótem que hoje
faz parte da decoração de uma casa em Santos.
De lá pra cá
a produção não cessou. São tótens,
carrancas, máscaras africanas, cachimbos, bonecos, anéis,
chaveiros, tudo entalhado na madeira, com ferramentas criadas
pelo próprio Ari, em seu Atelier.
Numa segunda-feira nublada
o Ari recebeu a equipe do Oloco em
sua reservada oficina, e nos abriu um pouco da sua história...
A inspiração
para as peças ele conta que tem na hora em que vê
o tronco. "Eu já vejo a peça pronta dentro
da madeira. Daí é só trabalhar de forma com
que essa peça se liberte do tronco", diz o artista.
Usando ferramentas que ele mesmo cria, como uma goiva feita com
uma faca de cozinha, Ari consegue dar vida à madeira. São
peças vibrantes, de uma autenticidade encantadora.
Além das
carrancas, Ari também é mestre na arte de criar
máscaras africanas, como as da foto, entalhadas em eucalipto.
Em seu estúdio,
espalhadas, pode-se ver obras de arte de uma beleza incrível.
Um totem de mais de 3 metros de altura me chamou atenção.
A peça era tão grande que não consegui fotografa-la
inteira.
O carranqueiro itapolitano
também é fera nos pedais. Em dezembro de 2003, montado
em sua bicicleta, Ari pedalou, em 9 dias, 736 quilômetros
até a cidade mineira de São Tomé das Letras.
Não satisfeito, pedalou mais 654 quilômetros dois
anos depois para visitar a nascente do Rio São Francisco,
passando pela Serra da Canastra, Serra da Babilônia e Serra
das 7 Voltas. Foram 9 dias de viagem. O homem que chama o Rio
São Francisco de "Chico" não vende seus
trabalhos.
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